O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (22) que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), deveria “agradecer” pela sanção da lei sobre a repactuação de dívidas dos estados com a União. O chefe do Executivo também afirmou merecer um “prêmio” ou “troféu” por sancionar a norma sem vetos relacionados aos partidos de opositores.
“O governador de Minas Gerais deveria vir aqui me trazer um prêmio como Clésio [Gonçalves] trouxe. Me trazer um prêmio, um troféu, do primeiro presidente da República que ele tem conhecimento que nunca vetou absolutamente nada de nenhum governador e de nenhum prefeito por ser contra ou ser oposição”, disse.
Lula deu as declarações durante o evento de assinatura do contrato de concessão da BR-381/MG, que beneficia municípios mineiros. Na cerimônia, ele recebeu um prêmio do coordenador do Movimento Pró-Vidas, Clésio Gonçalves, em reconhecimento à atuação do governo em prol de melhorias na BR 381, conhecida como “rodovia da morte”.
“O que nós fizemos para os estados que não pagavam dívidas talvez só Jesus Cristo fizesse se ele concorresse à Presidência da República deste país”, declarou Lula.
Romeu Zema não compareceu ao evento e foi criticado por estar ausente pelos ministros dos Transportes, Renan Filho, e da Casa Civil, Rui Costa. A assessoria do governador informou que Zema não pode comparecer por ter uma agenda de inauguração do serviço SAMU Aéreo, em Juiz de Fora.
No X (antigo Twitter), Zema afirmou que, nos governos anteriores, o PT também havia prometido entregar as obras da rodovia e não conseguiu. “Quando for colocar máquina na pista, fiscalizar ou inaugurar trechos da obra na BR-381 eu estarei à disposição. Meu foco é trabalhar, não perder tempo com eventos burocráticos”, disse o governador.
O Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) para a renegociação dos mais de R$ 760 bilhões em dívidas com a União foi sancionado em 14 de janeiro. O governo, no entanto, vetou trechos do projeto aprovado pelo Congresso.
Segundo Zema, os vetos devem ter um custo de R$ 5 bilhões a mais para Minas Gerais. À CNN, em 15 de janeiro, ele disse esperar que o Congresso Nacional derrube os vetos do Planalto. Os vetos presidenciais são analisados pelo Legislativo e podem ser rejeitados para retomar a versão aprovada pelos parlamentares.
Fonte: CNN