No encontro que celebrou uma década do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel estratégico da instituição na construção de uma nova arquitetura financeira internacional, cuja marca mais forte é o uso ampliado de moedas locais entre os países-membros.
Governança igualitária sem condicionalidades
- O NDB rompeu com o modelo assimétrico de bancos tradicionais, adotando uma governança baseada em igualdade de voz e voto.
- Em vez de impor condicionalidades rígidas, o banco financia projetos alinhados às prioridades nacionais, respeitando soberanias e realidades locais.
Moedas locais e autonomia financeira
Atualmente, 31% dos projetos do NDB já são realizados nas moedas nacionais dos próprios membros, reduzindo a dependência do dólar e reforçando a autonomia financeira dos países do Sul Global.
Protagonismo brasileiro e garantias multilaterais
Durante a presidência rotativa do Brasil no BRICS, o NDB implementou um mecanismo de garantias multilaterais que amplia sua capacidade de mitigar riscos e atrair capital privado para setores estratégicos.
Financiamentos no Brasil
No território brasileiro, o banco já financiou mais de 20 projetos, totalizando investimentos superiores a US$ 3,5 bilhões em infraestrutura, energia e saneamento básico.
Agenda digital: cabo submarino dos BRICS
Lula anunciou que o Brasil pleiteia um estudo de viabilidade para a construção de um cabo submarino de comunicação ligando os países do bloco, reforçando a soberania digital e a velocidade na troca de dados entre os membros.
Impacto global e expansão
Desde 2014, o NDB aprovou mais de 120 projetos, somando US$ 40 bilhões em investimentos para energia limpa, transporte, proteção ambiental, abastecimento de água e eficiência energética, comprovando sua agilidade frente a crises e sua vocação para um desenvolvimento mais justo e sustentável