Na noite desta quarta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento oficial em rede nacional em alusão ao Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio. Em sua fala, Lula destacou avanços econômicos, defendeu a redução da jornada de trabalho e abordou um esquema de fraude no INSS que afetou pensionistas em todo o país.
Uma das principais propostas apresentadas pelo presidente foi a revisão da jornada de trabalho vigente no Brasil, conhecida como 6 por 1, na qual os trabalhadores atuam seis dias consecutivos e descansam apenas um. Lula afirmou que pretende aprofundar o debate sobre a redução dessa carga horária, buscando um equilíbrio entre vida profissional e bem-estar dos trabalhadores.
“Está na hora do Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras”, declarou o presidente.
A proposta de redução da jornada de trabalho já foi discutida em diversos países, com experiências como a semana de quatro dias sendo testadas em algumas nações europeias. No Brasil, a medida pode enfrentar resistência de setores empresariais, mas Lula enfatizou que o governo pretende dialogar com todas as partes envolvidas antes de tomar uma decisão definitiva.
Outro tema abordado no pronunciamento foi a recente investigação da Polícia Federal que revelou um esquema de fraude no INSS. Segundo as autoridades, associações de convênios estavam realizando cobranças indevidas, retirando dinheiro de pensionistas de forma irregular.
Diante da gravidade do caso, Lula anunciou que determinou à Advocacia-Geral da União (AGU) que processe as associações envolvidas e exija o ressarcimento das vítimas. O presidente reforçou o compromisso do governo em proteger os direitos dos aposentados e pensionistas, garantindo que os valores indevidamente cobrados sejam devolvidos.
“Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”, afirmou Lula.
Pela primeira vez desde que assumiu o mandato em 2023, Lula não participará dos eventos organizados pelas centrais sindicais em comemoração ao Dia do Trabalhador. Em vez disso, optou por fazer um pronunciamento oficial. Segundo a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, a decisão foi tomada porque haveria dois atos distintos, e o presidente preferiu não comparecer a nenhum.
No ano passado, Lula esteve presente em um evento promovido pelas centrais sindicais em São Paulo, onde criticou a organização do ato e o baixo comparecimento do público. A ausência do presidente neste ano levanta questionamentos sobre sua relação com os sindicatos e a classe trabalhadora.
Nos últimos meses, o governo tem adotado medidas para se reaproximar da classe trabalhadora. Entre as principais iniciativas estão:
- Isenção do imposto de renda para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil (projeto enviado ao Congresso);
- Facilidade na concessão de empréstimos consignados para trabalhadores do setor privado, por meio da plataforma e-Social;
- Regulamentação do trabalho de motoristas e entregadores por aplicativos, proposta que ainda aguarda aprovação no Congresso.
Apesar dos esforços, algumas dessas medidas enfrentam desafios para avançar no Legislativo. A proposta de isenção do imposto de renda e a regulamentação dos trabalhadores de aplicativos ainda não foram aprovadas pelos parlamentares.
Fonte: Redação
