O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, sua posição contrária a qualquer proposta de anistia aos envolvidos nos atos de depredação da Praça dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023. A declaração foi feita durante reunião no Palácio da Alvorada, na qual também participaram ministros indicados pelo União Brasil.
Embora Alcolumbre não tenha mencionado diretamente o projeto de anistia, Lula fez questão de manifestar sua discordância com iniciativas que, segundo ele, atentam contra a democracia e a soberania nacional. A avaliação no governo é de que a aprovação da proposta fortaleceria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e representaria uma vitória política para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O projeto articulado por Alcolumbre prevê a redução de penas para os condenados pelos atos de vandalismo, incluindo brasileiros detidos no exterior. A proposta não contempla o ex-presidente Jair Bolsonaro, diferentemente da versão defendida pelo Partido Liberal, que busca uma anistia ampla e irrestrita.
Apesar das divergências, o projeto com maior apoio entre os parlamentares é o que limita o perdão à diminuição das penas dos envolvidos, sem incluir lideranças políticas. Tarcísio esteve em Brasília nos últimos dias para tentar viabilizar uma versão mais abrangente, mas enfrenta resistência inclusive entre deputados conservadores.
Durante o encontro, os ministros do União Brasil não confirmaram se permanecerão no governo. Lula indicou que, caso decidam continuar, deverão atuar em defesa das pautas do Executivo e manter alinhamento com o Palácio do Planalto.
