Macron terá que nomear quinto premiê em menos de dois anos após queda de Bayrou

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François Bayrou e Emmanuel Macron — Foto: GEORGES GOBET / AFP

O presidente da França, Emmanuel Macron, enfrenta mais uma mudança no comando do governo com a saída de François Bayrou, que deixou o cargo de primeiro-ministro após menos de nove meses. A renúncia ocorreu após Bayrou não obter apoio suficiente na Assembleia Nacional para aprovar o orçamento de 2026, que previa cortes de mais de 43 bilhões de euros, incluindo redução de gastos sociais, enxugamento da máquina pública e eliminação de feriados.

A votação de confiança convocada por Bayrou resultou em 364 votos contrários, quase o dobro dos favoráveis, evidenciando a dificuldade de governar com um parlamento fragmentado e sem maioria clara. Apesar de manter diálogo com partidos de diferentes espectros, o ex-premiê não conseguiu articular apoio suficiente para sustentar sua proposta de ajuste fiscal.

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A França vive uma crise política e econômica persistente, com dívida pública equivalente a 114% do PIB e taxa de desemprego em torno de 8%, acima da média da zona do euro. O país também enfrenta o maior índice de pobreza em três décadas, com 15% da população vivendo abaixo da linha de renda mínima, além de crescente desigualdade social.

Com a saída de Bayrou, Macron terá que indicar um novo primeiro-ministro pela quinta vez em menos de dois anos. A instabilidade no Executivo francês levanta preocupações sobre a capacidade de implementação de reformas e o impacto sobre o bloco europeu como um todo. Sindicatos e movimentos civis convocaram manifestações para o dia seguinte à renúncia, ampliando a pressão sobre o governo.

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