Mahmoud Khalil, estudante palestino de pós-graduação da Universidade Columbia, declarou-se um prisioneiro político nesta terça-feira (18), em sua primeira declaração desde que foi detido pelas autoridades de imigração dos Estados Unidos. A prisão de Khalil tem sido amplamente criticada por grupos de direitos humanos e por mais de 100 parlamentares democratas, que questionam sua legalidade em uma carta enviada ao governo do presidente Donald Trump. A informação foi divulgada pela Reuters.
“Meu nome é Mahmoud Khalil e sou um prisioneiro político”, afirmou ele em carta tornada pública. “Minha prisão foi uma consequência direta do exercício do meu direito à liberdade de expressão, ao defender uma Palestina livre e o fim do genocídio em Gaza, que foi retomado com toda força na noite de segunda-feira”, acrescentou, em referência às novas ofensivas israelenses que, segundo autoridades locais, resultaram na morte de mais de 400 palestinos.
O Departamento de Justiça dos EUA justificou a ordem de deportação de Khalil alegando que o Secretário de Estado, Marco Rubio, determinou que sua presença no país poderia gerar “consequências adversas para a política externa” dos Estados Unidos. Contudo, não foram apresentados detalhes sobre como exatamente Khalil representaria tal risco. Seu time jurídico nega qualquer envolvimento dele com grupos militantes.
A detenção de Khalil, que é residente permanente nos EUA e tem uma esposa grávida de oito meses, gerou protestos em diversas cidades, incluindo Nova York, onde centenas de manifestantes se reuniram na Times Square exigindo sua liberação.
O governo Trump tem adotado uma linha dura contra manifestantes pró-Palestina em universidades norte-americanas, especialmente após os protestos contra a guerra de Israel em Gaza. O ex-presidente e atual candidato republicano à reeleição prometeu deportar ativistas pró-Palestina, alegando, sem apresentar provas, que apoiam o grupo Hamas.
Organizações de direitos humanos e ativistas judeus progressistas, por outro lado, denunciam que as críticas às ações de Israel são frequentemente confundidas com antissemitismo e que a defesa dos direitos palestinos tem sido erroneamente associada ao apoio a grupos militantes.
Os advogados de Khalil seguem pressionando para sua imediata liberação, enquanto a comunidade acadêmica e os defensores da liberdade de expressão veem seu caso como um teste crucial sobre os limites da Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão a cidadãos e não cidadãos.
Fonte: Brasil247