A gestora Mapa Capital tornou-se a principal acionista da Casas Bahia ao converter debêntures em ações ordinárias da empresa, passando a deter 85,5% do capital votante. A operação representa uma etapa decisiva no processo de reestruturação financeira da varejista, iniciado em 2023. Com a transação, a dívida da companhia foi reduzida pela metade, passando de R$ 3,2 bilhões para R$ 1,6 bilhão.
A conversão da dívida em participação acionária deve gerar uma economia anual de aproximadamente R$ 230 milhões em despesas financeiras. A medida também fortalece a estrutura de capital da empresa, segundo comunicado oficial da Casas Bahia. A Mapa Capital adquiriu os créditos junto aos principais credores da varejista, Bradesco e Banco do Brasil, mantendo as linhas de financiamento com ambas as instituições.
Desde o início da reestruturação, a Casas Bahia tem adotado medidas para recuperar competitividade. Entre as ações estão a redução de estoques, retomada de campanhas publicitárias tradicionais, como “Dedicação total a você”, e o lançamento da plataforma Casas Bahia Ads. A empresa também investiu em seu aplicativo e em novos formatos de loja física.
Com a entrada da Mapa Capital, os antigos acionistas da rede, incluindo membros da família do fundador Samuel Klein, perderam participação relevante. Michel Klein, que detém 3,8% do capital, manifestou interesse em retornar ao conselho da empresa em 2026. Analistas avaliam como será a relação entre o novo controlador e os acionistas remanescentes.
A Mapa Capital é especializada em reestruturação de empresas, fusões e aquisições, e já participou de operações similares, como na fabricante de componentes automotivos Plascar. A gestora não comentou oficialmente sobre os próximos passos na condução da Casas Bahia.