Massacre em Gaza: ataque a palestinos que buscavam comida deixa dezenas de mortos e feridos

3 Min de leitura
crianças esperam entrega de comida preparada por cozinha de caridade em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza • 24/04/2025REUTERS/Mahmoud Issa

Um ataque de tanques israelenses contra uma multidão que aguardava ajuda humanitária resultou na morte de 59 palestinos e deixou mais de 200 feridos, segundo médicos locais. O episódio ocorreu na segunda-feira (16 de junho) na Faixa de Gaza, onde milhares de moradores desesperados tentavam obter comida de caminhões de ajuda humanitária.

Disparos contra civis em busca de alimentos

Testemunhas relataram que os tanques israelenses dispararam dois projéteis contra a multidão, que se reunia na principal estrada a leste da região. Segundo um dos sobreviventes, os militares primeiro permitiram a aproximação das pessoas, mas depois atiraram, atingindo dezenas de civis.

“Ninguém está olhando para essas pessoas com piedade. Elas estão morrendo, estão sendo dilaceradas para conseguir comida para seus filhos.” — disse uma testemunha no Hospital Nasser, onde os feridos estavam espalhados pelos corredores devido à falta de espaço.

Resposta do Exército de Israel e novos ataques

As Forças de Defesa de Israel (FDI) reconheceram o disparo na área e afirmaram que estão investigando o ocorrido. Em comunicado, destacaram que lamentam qualquer dano causado a indivíduos não envolvidos e afirmaram que operam para minimizar danos enquanto protegem suas tropas.

Além desse ataque, médicos informaram que pelo menos 14 outras pessoas morreram em tiroteios e bombardeios em diferentes partes de Gaza no mesmo dia, elevando o número de mortes para 65 apenas nesta terça-feira (17 de junho).

Mortes durante busca por ajuda humanitária

Este é mais um episódio de uma série de assassinatos em massa ocorridos nas últimas três semanas, período em que Israel reduziu parcialmente o bloqueio total imposto à Faixa de Gaza há quase três meses.

Grande parte da ajuda humanitária que entra na região é canalizada por meio da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos Estados Unidos e protegida por forças israelenses. No entanto, as Nações Unidas criticam esse sistema por considerá-lo inadequado e perigoso, além de não seguir regras de imparcialidade humanitária.

Autoridades palestinas denunciam que centenas de pessoas já foram mortas tentando chegar aos locais de distribuição de ajuda. Somente na segunda-feira (16 de junho), 23 palestinos foram mortos por tiros israelenses em Rafah, no sul do território.

A fundação GHF afirmou que já distribuiu mais de três milhões de refeições em quatro locais diferentes, sem incidentes registrados em suas operações.

Fonte: Redação
Compartilhar