Mauro Cid afirma que Bolsonaro sempre buscou fraude nas urnas eletrônicas

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Ex-presidente Bolsonaro durante interrogatório de Mauro Cid sobre a trama golpista — Foto: Ton Molina/STF

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, declarou nesta segunda-feira (9 de junho) que a grande preocupação do ex-presidente sempre foi encontrar fraude nas urnas eletrônicas. A afirmação foi feita durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), no processo penal contra o chamado “núcleo crucial” da trama golpista.

Cid também confirmou que Bolsonaro pressionou o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, em 2022, para que o relatório das Forças Armadas sobre o sistema eletrônico de votação fosse mais duro contra as urnas.

O relatório inicial dos militares não apontava fraudes, mas Bolsonaro teria interferido para que o documento deixasse aberta a possibilidade de falhas, mesmo sem evidências concretas.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), essa mudança fazia parte de uma estratégia para descredibilizar o processo eleitoral e justificar uma possível intervenção militar.

A PGR sustenta que Bolsonaro usou essa narrativa para manter sua militância mobilizada, incentivando protestos e acampamentos golpistas em frente aos quartéis.

Desde 2021, Bolsonaro insistia que as urnas eletrônicas não eram confiáveis, sem apresentar provas. Após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva, ele teria buscado apoio das Forças Armadas para reforçar essa tese.

Cid foi o primeiro a depor no processo penal contra o núcleo crucial da trama golpista. Além dele, Bolsonaro e outros seis réus serão interrogados ao longo da semana.

O STF deve decidir sobre eventuais condenações e medidas cautelares contra os acusados nos próximos meses.

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