O Supremo Tribunal Federal (STF) começou, nesta segunda-feira (9 de junho), a interrogar os réus do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado no Brasil. O primeiro a depor foi o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Cid confirmou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e afirmou que “presenciou grande parte dos fatos, mas não participou deles”
Durante o interrogatório, Mauro Cid confirmou a existência de um documento que previa a prisão de autoridades do STF e do Congresso Nacional. Segundo ele, Bolsonaro leu e “enxugou” o texto, retirando a prisão de algumas autoridades, mas mantendo o nome do ministro Alexandre de Moraes como alvo.
O documento também mencionava a criação de uma comissão eleitoral para conduzir uma nova eleição, baseada na anulação do pleito anterior.
Crimes atribuídos ao grupo
A PGR acusa os réus de cinco crimes:
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito (pena de 4 a 8 anos)
- Golpe de Estado (pena de 4 a 12 anos)
- Organização criminosa (pena de 3 a 8 anos)
- Dano qualificado (pena de 6 meses a 3 anos)
- Deterioração de patrimônio tombado (pena de 1 a 3 anos)
Além de Bolsonaro e Cid, outros sete réus serão interrogados ao longo da semana, incluindo Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
O STF seguirá com os interrogatórios e, após essa fase, os ministros deverão decidir sobre eventuais condenações e medidas cautelares contra os acusados.