Menino de 3 anos morre após picada de escorpião-amarelo em Cambará (PR); família denuncia falhas no atendimento

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crédito: Reprodução/Wikimedia Commons/RichardMcJimsey
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O pequeno Bernardo Gomes de Oliveira, de apenas 3 anos, morreu após ser picado por um escorpião-amarelo que estava escondido dentro de um tênis, em Cambará, no norte do Paraná. O acidente ocorreu na manhã de domingo (13/7), e a morte foi confirmada na tarde de segunda-feira (14/7).

Acidente doméstico

Segundo os pais, Bernardo se preparava para sair com a família e calçou um par de sapatos que havia sido lavado e deixado para secar em uma mureta. Ao colocar o segundo tênis, foi picado pelo escorpião e saiu correndo, gritando de dor. O animal foi encontrado mais tarde, escondido sob um tapete dentro da casa.

Demora na transferência e falta de antídoto

  • Bernardo foi levado ao Hospital Municipal de Cambará às 8h45, onde recebeu os primeiros socorros
  • A equipe médica indicou transferência para a Santa Casa de Jacarezinho, a 20 km de distância, para aplicação do soro antiescorpiônico
  • A ambulância só saiu às 10h17, mais de uma hora depois, por falta de veículo adequado
  • Na Santa Casa, havia apenas cinco das seis ampolas necessárias para o tratamento
  • Bernardo foi intubado e transferido de helicóptero ao Hospital Universitário de Londrina, onde faleceu após sofrer 33 paradas cardíacas

Falhas no protocolo de emergência

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA-PR) informou que a 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho, responsável por fornecer o soro, não foi acionada nem pelo hospital de Cambará nem pela Santa Casa. A regional fica a apenas 20 minutos de carro do local do acidente.

Comoção e críticas

A família denuncia demora no atendimento, falta de estrutura e insuficiência de antídotos. A mãe, Bianca Gomes, relatou que Bernardo era uma criança saudável e independente:

“Ele era esperto, corria, brincava, ria. Disse para o pai: ‘Não quero morrer’”

A SESA-PR abriu uma investigação formal para apurar responsabilidades e revisar os protocolos de atendimento a acidentes com animais peçonhentos.

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