O governo do México anunciou nesta quarta-feira (10) que aumentará de 20% para 50% as tarifas de importação sobre automóveis provenientes da China e de outros países asiáticos. A medida, segundo o ministro da Economia, Marcelo Ebrard, visa proteger a indústria nacional diante da entrada de veículos estrangeiros com preços considerados abaixo do mercado.
“Eles já têm tarifas. O que faremos é elevá-las ao nível máximo permitido”, afirmou Ebrard, destacando que a decisão está dentro dos limites estabelecidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC). O ministro justificou a ação como necessária para garantir competitividade e preservar empregos no setor automotivo, especialmente nas áreas de veículos leves e autopeças, que têm sido impactadas pelos preços mais baixos praticados por fabricantes chineses.
Pressão externa e cenário regional
A elevação das tarifas ocorre em um contexto de crescente pressão dos Estados Unidos sobre países latino-americanos para que reduzam seus vínculos comerciais com a China, em meio à disputa por influência na região. A decisão mexicana pode ser interpretada como um alinhamento estratégico com Washington, embora Ebrard já tenha expressado anteriormente preocupações sobre os efeitos das tarifas na inflação e no crescimento econômico.
A nova política tarifária representa uma mudança significativa na postura do governo mexicano, que agora busca fortalecer sua indústria automotiva frente à concorrência asiática, ao mesmo tempo em que navega pelas complexas dinâmicas geopolíticas entre as principais potências globais.