México propõe tarifa de 50% sobre carros chineses em resposta à pressão dos EUA

3 Min de leitura
Foto: Pexels

O governo mexicano apresentou ao Congresso um projeto de lei que propõe elevar para 50% a tarifa sobre a importação de automóveis fabricados na China. A medida representa um aumento significativo em relação às taxas atuais, que variam entre 15% e 20%, e surge como resposta direta às pressões exercidas pelos Estados Unidos, especialmente pela administração do presidente Donald Trump.

Segundo autoridades norte-americanas, fabricantes chineses estariam utilizando brechas no acordo comercial entre Estados Unidos, México e Canadá para enviar veículos ao território norte-americano via fronteira mexicana, evitando o pagamento de tarifas. A proposta mexicana busca conter esse fluxo e, ao mesmo tempo, fortalecer a indústria automotiva nacional.

- Publicidade -

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, também manifestou preocupação com o impacto das importações chinesas sobre o setor manufatureiro local. O projeto afirma que o aumento tarifário visa proteger 19 segmentos industriais considerados estratégicos, além de estimular a substituição de produtos asiáticos por produção doméstica e melhorar a balança comercial do país.

Caso aprovado, o novo regime tarifário afetará não apenas veículos leves, mas também peças automotivas, com taxas variando entre 10% e 50%. A proposta inclui ainda a elevação de tarifas sobre países com os quais o México não possui acordos comerciais, como Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia e Turquia.

Atualmente, dois em cada dez carros vendidos no México são de origem chinesa, e o setor automotivo local exporta cerca de três milhões de unidades por ano para os Estados Unidos. Montadoras como General Motors, Ford, Volkswagen, Nissan, Honda e Toyota operam fábricas no território mexicano, aproveitando os benefícios do tratado comercial regional.

- Publicidade -
Ad image

A China reagiu à proposta com críticas, afirmando que medidas coercitivas prejudicam seus interesses legítimos e apelando para que o México mantenha relações comerciais equilibradas. O projeto, apresentado pelo Ministério da Economia, também prevê a preservação de 325 mil empregos e a criação de novas vagas em setores industriais prioritários.

Com maioria no Congresso, o partido da presidente Sheinbaum deve garantir a aprovação da proposta nas próximas semanas, intensificando o cenário de tensões comerciais entre América do Norte e Ásia.

Compartilhar