O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta uma série de dificuldades políticas e escândalos que ameaçam sua estabilidade às vésperas de eleições importantes no país. A crise se intensificou com denúncias de corrupção envolvendo Karina Milei, irmã do presidente e secretária da Presidência, além de derrotas legislativas que enfraqueceram o governo.
Gravações divulgadas pela imprensa argentina indicam que Diego Spagnuolo, ex-chefe da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), acusou Karina Milei e o subsecretário Eduardo Lule Menem de liderarem um esquema de propinas na compra de medicamentos para a rede pública. Segundo os áudios, empresas farmacêuticas seriam obrigadas a pagar 8% de propina para garantir contratos com o Estado, sendo 3% supostamente destinados à irmã do presidente.
Após o vazamento das gravações, Milei exonerou Spagnuolo, que afirmou possuir mensagens de WhatsApp que comprovariam o envolvimento de Karina. A autenticidade dos áudios ainda não foi confirmada pela Justiça argentina.
Karina Milei, conhecida como “O Chefe”, exerce forte influência sobre o presidente e é apontada como figura central nas decisões do governo. As denúncias se somam a outras controvérsias, como o envolvimento com a criptomoeda $Libra, que colocam em xeque a imagem de Milei como outsider político.
No Congresso, o governo sofreu derrotas significativas, incluindo a reversão de cortes de gastos públicos e a anulação de decretos presidenciais. Esses reveses legislativos indicam dificuldades na articulação política e refletem na queda de popularidade do presidente, cuja aprovação caiu oito pontos em cinco semanas, chegando a 41%.
As eleições para a província de Buenos Aires estão marcadas para daqui a duas semanas, e as legislativas nacionais ocorrem em dois meses. O cenário atual representa um desafio para Milei, que tenta manter sua base de apoio em meio às denúncias e à instabilidade institucional.