Os contratos futuros de minério de ferro registraram forte alta nesta segunda-feira (25), alcançando o maior valor em uma semana, após a Rio Tinto suspender as operações em seu projeto Simandou, na Guiné, devido a um incidente fatal. A paralisação aumentou os temores de atrasos na produção da mina, considerada uma das maiores fontes emergentes do insumo siderúrgico.
Na Bolsa de Dalian, na China, o contrato mais negociado subiu 2,27%, encerrando o dia a 787 iuanes (US$ 110,06) por tonelada métrica — o maior valor desde 14 de agosto. Já na Bolsa de Cingapura, o contrato de referência para setembro avançou 2,69%, cotado a US$ 103,3 por tonelada.
Acidente em Simandou e impacto no mercado
A Rio Tinto, maior produtora mundial de minério de ferro, informou no sábado que suspendeu as atividades na mina SimFer, após a morte de um trabalhador terceirizado. A empresa é responsável por dois dos quatro blocos de mineração em Simandou, por meio de uma joint venture com a Chalco Iron Ore Holdings (CIOH), da China, e o governo da Guiné. O primeiro carregamento estava previsto para novembro, mas o cronograma pode ser afetado.
A mineradora não respondeu aos pedidos de comentário da imprensa internacional.
Oferta pressionada e demanda firme
Apesar das restrições de produção em Tangshan, principal polo siderúrgico da China, a demanda de curto prazo por minério de ferro se manteve firme. A produção média diária de metal quente, indicador-chave de consumo do insumo, permaneceu estável em 2,41 milhões de toneladas na semana encerrada em 21 de agosto, segundo dados da consultoria Mysteel.
Um analista de carvão baseado em Xangai afirmou, sob anonimato, que o acidente pode levar a verificações de segurança mais rigorosas, o que tende a reduzir a oferta e sustentar os preços do minério e do carvão.