Ministro israelense acusa Lula de antissemitismo

3 Min de leitura
Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, em Jerusalém • 07/11/2024REUTERS/Ronen Zvulun

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, publicou nesta terça-feira (26) uma mensagem em português na rede social X, na qual acusa o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva de ser “antissemita declarado” e “apoiador do Hamas”. A declaração foi motivada pela decisão do Brasil de se retirar da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), tomada no final de julho.

Na publicação, Katz afirmou que o Brasil, ao sair da IHRA, se posiciona ao lado de regimes como o Irã, que nega o Holocausto e ameaça a existência de Israel. O ministro também compartilhou uma imagem gerada por inteligência artificial, retratando Lula como um fantoche controlado pelo líder supremo iraniano, Ali Khamenei.

- Publicidade -

A saída do Brasil da IHRA foi criticada por organizações pró-Israel, como a StandWithUs, que contestaram as justificativas apresentadas pelo assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, embaixador Celso Amorim. Em entrevista recente, Amorim alegou que o Brasil se sentia “manipulado” pela definição de antissemitismo adotada pela aliança, e afirmou que qualquer defesa da Palestina era enquadrada como antissemitismo.

Amorim também destacou que o Brasil não nega o Holocausto, lembrando que Lula visitou o Museu do Holocausto em Israel em 2010. O embaixador argumentou que a memória do Holocausto não deve ser usada como justificativa para ações militares contra palestinos.

A crise diplomática entre Brasil e Israel se intensificou nos últimos meses. Na segunda-feira (25), o governo israelense retirou a indicação do diplomata Gali Dagan para o cargo de embaixador em Brasília, após meses sem resposta do governo brasileiro. Representantes da embaixada de Israel tentaram negociar com o Ministério das Relações Exteriores, mas não obtiveram retorno.

- Publicidade -
Ad image

A tensão aumentou após o Brasil aderir ao processo na Corte Internacional de Justiça que acusa Israel de genocídio em Gaza. Lula também fez críticas públicas ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o que levou Israel a declarar o presidente brasileiro como “persona non grata”.

Em maio de 2024, o governo brasileiro transferiu o então embaixador Frederico Meyer para Genebra, após um episódio considerado constrangedor. Meyer foi convocado por Katz ao Museu do Holocausto para ouvir críticas sobre uma fala de Lula, que comparou ações de Israel em Gaza às de Hitler contra os judeus. O governo brasileiro considerou o gesto “inaceitável”.

- Publicidade -
Compartilhar