O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (17 de junho) a realização de duas acareações que colocarão frente a frente figuras centrais da tentativa de golpe de Estado investigada pela Justiça brasileira.
A primeira acareação envolverá o general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, e o delator Mauro Cid, que atuou como ajudante de ordens do ex-presidente. A sessão ocorrerá no STF na manhã da próxima terça-feira (24 de junho), às 10h, em uma sala de audiências reservada.
Na sequência, às 11h, ocorrerá a acareação entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o general Marco Antônio Freire Gomes. Ambos os encontros foram solicitados pelas defesas dos envolvidos, que buscam confrontar as versões apresentadas nas investigações.
Braga Netto terá que viajar do Rio de Janeiro ao STF
Braga Netto, que atualmente está preso em uma unidade militar no Rio de Janeiro, terá que comparecer pessoalmente à acareação. Para isso, ele será obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica e viajar para Brasília na segunda-feira (23), onde será mantido sob vigilância até o retorno à sua cela.
O general também terá restrições de comunicação: ele não poderá interagir com terceiros, sendo autorizado a falar apenas com seu advogado até o fim do procedimento no STF.
Tentativa de golpe e o núcleo crucial da organização
As acareações fazem parte de uma investigação conduzida pelo STF sobre a tentativa de golpe de Estado envolvendo ex-integrantes do governo Bolsonaro. Braga Netto e Anderson Torres são apontados como membros do núcleo crucial da organização golpista, que tentou invalidar os resultados das eleições presidenciais.
Segundo os relatos apurados pela Justiça, o grupo articulava ações para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, buscando apoio de forças militares para reverter o resultado eleitoral.
Mauro Cid, que se tornou delator, forneceu informações que fundamentam as acusações contra os ex-ministros, tornando as acareações essenciais para confrontar os relatos e evidências apresentadas ao STF.