Moraes vota por condenação de 17 anos para homem que furtou bola autografada por Neymar

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Bola autografada por Neymar — Foto: G1

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (20 de junho) pela condenação do sorocabano Nelson Ribeiro Fonseca Junior, de 34 anos, a 17 anos de prisão em regime fechado. Ele é acusado de participar da invasão ao Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023 e de furtar uma bola autografada por Neymar e outros jogadores do Santos, que estava exposta no acervo da Câmara dos Deputados.

A bola foi localizada no fim de janeiro de 2023 na residência do acusado em Sorocaba (SP), cerca de 20 dias após os atos, após ele ter procurado a Polícia Militar para devolver o objeto. Apesar da entrega voluntária, a Procuradoria-Geral da República sustentou que o acusado teve participação ativa na depredação das sedes dos Três Poderes e solicitou sua responsabilização criminal.

Penas acumuladas por seis crimes

No voto apresentado, Moraes afirmou que o réu deve ser condenado por seis crimes distintos, totalizando 17 anos de reclusão, além de 130 dias-multa, sendo cada dia-multa equivalente a 1/3 do salário mínimo. Entre os crimes apontados estão:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito – 5 anos e 6 meses
  • Tentativa de golpe de Estado – 6 anos e 6 meses
  • Dano qualificado ao patrimônio público – 1 ano e 6 meses + 50 dias-multa
  • Deterioração de patrimônio tombado – 1 ano e 6 meses + 50 dias-multa
  • Associação criminosa armada – 2 anos
  • Furto qualificado – 3 anos

Além da pena, o relator propôs que Nelson e outros réus do processo indenizem o Estado em R$ 30 milhões, a serem destinados a um fundo de defesa de direitos difusos.

Defesa alega ausência de dolo e crítica à decisão

A defesa do réu anunciou que irá recorrer da decisão, alegando que não há provas de que Nelson teve intenção de promover um golpe de Estado. Os advogados destacam que o próprio réu entregou espontaneamente o objeto à Polícia e afirmam que “o dolo [intenção criminosa] não pode ser presumido pela Justiça, precisa estar inequivocamente comprovado”, o que, segundo eles, não ocorreu no caso.

O julgamento segue no plenário virtual do STF até o dia 30 de junho e ainda depende dos votos dos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin. A decisão final poderá confirmar ou revisar a pena proposta por Moraes, relator da ação penal no contexto da Operação Lesa Pátria, que investiga os envolvidos na tentativa de subversão democrática ocorrida em Brasília.

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