Sete soldados israelenses foram mortos na terça-feira (24) em um ataque no sul da Faixa de Gaza, no episódio mais letal para as Forças de Defesa de Israel (FDI) desde o colapso do cessar-fogo com o Hamas, em março. Segundo os militares, os soldados — integrantes de um batalhão de engenharia de combate — estavam em um veículo blindado que foi atingido por um explosivo, provocando um incêndio fatal.
O ataque, reivindicado pela ala militar do Hamas, ocorreu em Khan Younis. O grupo afirmou ainda ter disparado um míssil antitanque contra um segundo veículo que tentava prestar socorro.
As mortes aumentam a pressão sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para negociar um cessar-fogo permanente e encerrar a guerra, que já dura quase dois anos. A medida, no entanto, enfrenta resistência dentro de sua coalizão de direita, especialmente entre os aliados da ala mais radical.
O apoio popular a Netanyahu caiu após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que expôs falhas graves na segurança israelense. No entanto, sua imagem foi parcialmente recuperada após a ofensiva contra o Irã, considerada por muitos como um golpe estratégico contra o rival histórico.
Com o anúncio de uma trégua entre Israel e Irã, mediada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, as atenções voltaram-se novamente para Gaza. O parlamentar ultraortodoxo Moshe Gafne, membro da coalizão governista, questionou publicamente a continuidade da guerra: “Ainda não entendo por que estamos lutando lá. Com que objetivo?”, disse em audiência parlamentar.
Durante os 12 dias de conflito entre Israel e Irã, mais de 800 palestinos foram mortos em Gaza por forças israelenses, segundo autoridades locais. Na quarta-feira, pelo menos 30 pessoas morreram, incluindo um jornalista.
O episódio desta semana é o segundo mais letal para as FDI desde o início da guerra. O mais grave ocorreu em janeiro de 2024, quando 24 soldados morreram, 20 deles em uma única explosão.