No Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas, um ato realizado nas escadarias da Catedral da Sé, em São Paulo, marcou o lançamento do Movimento Nacional de Familiares de Pessoas Desaparecidas. A iniciativa reúne coletivos e instituições de diversas regiões do país com o objetivo de fortalecer ações por memória, justiça e políticas públicas voltadas ao enfrentamento do desaparecimento.
Participaram do evento organizações como Mães da Sé, Mães em Luta, Instituto Mercia Nakashima, Abrace, Esperança da Rua, Mães do Paraná e Instituto Giorgio Renan por Justiça. Familiares exibiram cartazes e fotografias de entes desaparecidos, alguns há mais de três décadas, e relataram dificuldades enfrentadas junto às autoridades, como ausência de investigação em casos sem indícios de crime.
Durante o ato, representantes denunciaram a falta de adesão do estado de São Paulo ao Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas, criado para integrar dados e facilitar buscas. Também foi cobrada a continuidade de políticas públicas em gestões futuras, com destaque para a necessidade de delegacias especializadas e protocolos de atendimento humanizado.
O movimento pretende atuar em articulação com o Congresso Nacional e organismos internacionais, além de oferecer suporte jurídico e psicológico às famílias. A mobilização reforça a urgência de medidas estruturantes para enfrentar o desaparecimento como problema de segurança pública e violação de direitos humanos.