O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) recorreu nesta terça-feira (12) contra decisão da Justiça que rejeitou parte da denúncia contra o atacante Bruno Henrique, do Flamengo. O órgão solicita que o jogador também seja acusado formalmente por estelionato, além de pedir a aplicação de medidas cautelares, como fiança de R$ 2 milhões e restrições relacionadas a atividades com casas de apostas.
No recurso, o MP requer que Bruno Henrique e os demais investigados fiquem proibidos de realizar qualquer atividade econômica ou financeira ligada a apostas esportivas. Isso inclui a suspensão de contratos de patrocínio, publicidade pessoal com empresas do setor e a criação de contas em plataformas de apostas. Também é solicitada a proibição de efetuar apostas, mesmo por meio de terceiros.
Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, foram tornados réus em julho por suposta fraude em apostas. Segundo o MP, o jogador teria forçado um cartão amarelo durante partida contra o Santos, realizada em novembro de 2023, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. A denúncia aponta que a ação teria beneficiado apostadores que sabiam previamente da manipulação.
Na decisão anterior, o juiz Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª Vara Criminal do DF, aceitou a denúncia por fraude, mas rejeitou a acusação de estelionato e a imposição de medidas cautelares. O MP argumenta que há elementos suficientes para configurar o crime de estelionato contra as casas de apostas envolvidas, que teriam enviado dados comprovando prejuízos.
O Ministério Público defende que a fiança de R$ 2 milhões é adequada diante da rotina do jogador, que atua em competições nacionais e internacionais. Segundo os promotores, há risco de que Bruno Henrique não compareça a todos os atos do processo, o que justificaria a adoção da medida para garantir o andamento da ação penal.