Mudança na política energética dos EUA coloca bilhões em risco e freia expansão da energia limpa

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REUTERS/Brian Snyder
REUTERS/Brian Snyder

A reversão nos subsídios à energia renovável nos Estados Unidos, promovida pelo governo Trump por meio da nova lei orçamentária e de uma ordem executiva, está provocando uma onda de incertezas entre fabricantes e desenvolvedores de projetos solares e eólicos.

Projetos suspensos ou em revisão

  • A Bila Solar, de Cingapura, congelou planos de expansão de sua fábrica em Indianápolis
  • A canadense Heliene está reavaliando uma planta de células solares em Minnesota, estimada em US$ 350 milhões
  • A norueguesa NorSun estuda se seguirá com uma fábrica de wafers solares em Tulsa, Oklahoma
  • Dois parques eólicos offshore — US Wind (300 MW) e New England Wind (791 MW) — podem não sair do papel, apesar de já licenciados

Impacto da nova legislação

  • Eliminação acelerada dos créditos fiscais de 30% para projetos solares e eólicos: agora só válidos para obras iniciadas até julho de 2026 ou em operação até o fim de 2027
  • Revisão da definição de “início de construção” pode invalidar práticas que garantiam incentivos com apenas 5% dos custos desembolsados
  • A Wood Mackenzie projeta queda de 17% nas instalações solares e 20% nas eólicas na próxima década
  • O Projeto REPEAT estima que famílias americanas pagarão até US$ 280 a mais por ano em energia até 2035

Investimentos em risco

  • Segundo a Rhodium Group, estão ameaçados:
    • US$ 263 bilhões em projetos de geração e armazenamento
    • US$ 110 bilhões em fábricas e infraestrutura industrial
    • US$ 11 bilhões em custos adicionais para a indústria até 2035

Demanda crescente e risco de apagão

  • A consultoria ICF prevê aumento de 25% na demanda elétrica até 2030, impulsionado por IA e computação em nuvem
  • Especialistas alertam que a redução nos projetos renováveis pode agravar a escassez de energia e frear o crescimento de data centers

Justificativa do governo Trump

A Casa Branca argumenta que os subsídios à energia limpa causam instabilidade na rede elétrica e aumentam os preços aos consumidores — alegações contestadas por especialistas e não confirmadas em redes com alta participação renovável, como a do Texas.

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