Eventos climáticos extremos, como secas, enchentes, queimadas e ondas de calor, vêm se tornando mais frequentes no Brasil e impactam diretamente a saúde infantil. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de 40 milhões de crianças e adolescentes brasileiros estão expostos a um ou mais riscos climáticos, o que aumenta a vulnerabilidade a infecções, problemas respiratórios, desnutrição e transtornos psicológicos.
Para alertar pais e cuidadores, a organização Médicos pelo Clima lançou uma cartilha abordando os principais riscos à infância causados pelos desastres climáticos. O material foi desenvolvido com revisão técnica da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e destaca como cada região do país enfrenta desafios diferentes.
Impactos na saúde infantil
De acordo com o estudo, cinco eventos climáticos principais afetam a saúde das crianças em diferentes regiões do Brasil:
- Inundações no Sul: aumentam o risco de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), além de sintomas como ansiedade, isolamento social e depressão. Além disso, a exposição à água contaminada pode causar doenças como leptospirose.
- Chuvas intensas no Sudeste: favorecem a proliferação de mosquitos transmissores de doenças, como dengue, chikungunya e febre amarela.
- Ondas de calor no Centro-Oeste: aumentam o risco de hipertermia, causando vômitos, confusão mental e sobrecarga do coração.
- Secas prolongadas no Nordeste: comprometem a nutrição infantil e elevam os casos de infecções devido à falta de água tratada.
- Queimadas na Amazônia: intensificam doenças respiratórias como asma, rinite e conjuntivite alérgica.
Medidas de prevenção
Para minimizar os impactos das mudanças climáticas na infância, especialistas recomendam práticas como:
- Vacinação contra doenças respiratórias e arboviroses.
- Hidratação frequente e alimentação equilibrada.
- Uso de protetor solar e evitar exposição ao sol entre 10h e 16h.
- Evitar atividades ao ar livre em dias com alta concentração de fumaça de queimadas.