Em 1º de julho, o Telescópio ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), um projeto financiado pela NASA localizado em Rio Hurtado, Chile, fez uma descoberta notável: as primeiras observações de um cometa que se originou no espaço interestelar. Vindo da direção da constelação de Sagitário, o cometa foi oficialmente nomeado 3I/ATLAS.
O cometa recebeu esse nome porque é o terceiro objeto já identificado vindo de outro sistema estelar — os anteriores foram o asteroide Oumuamua, em 2017, e o cometa Borisov, em 2019.
Atualmente, ele está a aproximadamente 670 milhões de quilômetros de distância, a uma velocidade estimada de até 60 km por segundo, ou mais de 200.000 km por hora.
Especialistas estimam que o objeto tenha entre 10 e 20 km de diâmetro.
Histórico de Observações e Confirmações
Desde o relato inicial do ATLAS, astrônomos vasculharam arquivos de outros telescópios e encontraram observações anteriores à descoberta. Essas “pré-descobertas” do 3I/ATLAS remontam a 14 de junho e foram registradas por três telescópios ATLAS diferentes ao redor do mundo, além do Zwicky Transient Facility, no Observatório Palomar, na Califórnia. Inúmeros outros telescópios também têm feito observações adicionais desde o primeiro anúncio.
Trajetória e Visibilidade do Cometa
É importante ressaltar que o 3I/ATLAS não representa nenhuma ameaça à Terra. Ele manterá uma distância segura de pelo menos 1,6 unidades astronômicas (cerca de 240 milhões de quilômetros) do nosso planeta. Atualmente, o cometa está a aproximadamente 4,5 UA (cerca de 670 milhões de km) do Sol.
Sua maior aproximação do Sol, ou periélio, está prevista para por volta de 30 de outubro, quando estará a 1,4 UA (cerca de 210 milhões de km) — uma distância que o posiciona um pouco dentro da órbita de Marte.
Pesquisas em Andamento e Futuras Observações
Astrônomos de todo o mundo estão investigando ativamente o tamanho e as propriedades físicas do 3I/ATLAS. O cometa deve permanecer visível para telescópios terrestres até setembro. Após esse período, ele passará muito perto do Sol para ser observado. No entanto, a expectativa é que ele reapareça do outro lado do Sol no início de dezembro, permitindo novas e valiosas observações.