A atriz Nina Dobrev revelou os bastidores de sua saída da série The Vampire Diaries, expondo que a decisão foi motivada por uma longa trajetória de desigualdade salarial. Intérprete da protagonista Elena Gilbert desde o início da produção em 2009, Dobrev afirmou que, mesmo acumulando múltiplos papéis ao longo das temporadas, seu salário permaneceu inferior ao dos colegas Ian Somerhalder e Paul Wesley, que interpretavam os irmãos Salvatore.
Em depoimento publicado em livro sobre a história da série, a atriz relatou que, além de Elena, passou a interpretar outras personagens como Katherine Pierce, o que exigia preparação adicional, mais tempo de gravação e maior esforço técnico. Apesar disso, não houve reajuste proporcional em sua remuneração. Segundo ela, o estúdio chegou a pedir que os roteiristas evitassem escrever cenas com Katherine, como forma de limitar sua presença e evitar novos custos.
Dobrev também mencionou que, até a segunda temporada, ela e outras atrizes do elenco feminino recebiam os menores salários entre os regulares. Embora tenha conseguido aumentos ao longo dos anos, nunca alcançou a mesma faixa salarial dos protagonistas masculinos. A atriz afirmou que se sentia desvalorizada, mesmo dedicando jornadas de até 18 horas por dia às gravações.
A saída de Nina foi anunciada em 2015, após a sexta temporada. Ela retornou apenas para o episódio final da série, em 2017, após nova negociação salarial. Segundo relatos, a oferta inicial para sua participação final era cinco vezes menor do que o valor que recebia antes de deixar o elenco. A presença de Dobrev no encerramento só foi confirmada após intervenção da produtora Julie Plec, que conseguiu convencer o estúdio a pagar por um único episódio.
A série seguiu por mais duas temporadas sem sua protagonista, utilizando um recurso narrativo que colocava Elena em sono profundo, ligado à vida da personagem Bonnie. O caso expõe os desafios enfrentados por atrizes em grandes produções e levanta discussões sobre equidade de gênero na indústria do entretenimento.
