Nova alta nos planos de saúde afeta 8,6 milhões de brasileiros

3 Min de leitura
Fonte: Agência Brasil

A partir deste mês, usuários de planos de saúde individuais e familiares sentirão no bolso o impacto de um novo reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O aumento de 6,06% passa a valer para cerca de 8,6 milhões de brasileiros, afetando diretamente o orçamento de famílias que já enfrentam alta nos preços de alimentos, medicamentos e serviços básicos.

Na prática, o aumento atinge os contratos regulamentados a partir de 1999. Cada plano deve aplicar o reajuste no mês de aniversário do contrato, o que significa que, mesmo com a divulgação recente, consumidores com contratos firmados em maio ou junho terão as mensalidades corrigidas retroativamente — resultando, em muitos casos, em cobranças acumuladas nas próximas faturas.

O porcentual fixado reflete a escalada dos custos assistenciais ocorrida em 2024. Consultas, exames, internações e incorporação de novos procedimentos ampliaram as despesas das operadoras, que agora repassam parte dessa pressão para os usuários. Embora o índice seja inferior aos aumentos registrados em anos anteriores — que chegaram a 15,5% em 2022 — o cenário atual é de acúmulo. Em apenas cinco anos, os planos acumularam mais de 45% de reajuste.

Enquanto isso, os planos coletivos seguem fora do alcance dessa limitação e têm reajustes definidos livremente pelas operadoras, o que acende o alerta de desigualdade na regulação. A consequência é o crescimento de cancelamentos e migração de usuários para serviços públicos ou alternativas mais acessíveis, como clínicas populares.

Nos últimos anos, a alta nos preços dos planos tem feito com que cada vez mais brasileiros deixem de contratar ou renovem com menor cobertura. Em paralelo, a sobrecarga no sistema público de saúde segue aumentando, criando um ciclo vicioso: o sistema suplementar encarece e restringe o acesso, enquanto o sistema público lida com maior demanda sem expansão proporcional de recursos.

O reajuste aprovado pela ANS amplia o dilema: garantir a sustentabilidade das operadoras sem sacrificar o acesso da população à saúde de qualidade. E mais uma vez, quem sente primeiro são aqueles que lutam para equilibrar saúde e contas no fim do mês.

Fonte: Redação
Compartilhar