Novo estudo propõe origem alternativa para o planeta Mercúrio

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A sonda Mercury MESSENGER da NASA tirou esta imagem do hemisfério sul de Mercúrio • NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington

Pesquisadores propuseram uma nova hipótese para a formação de Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol. Segundo estudo publicado na revista Nature Astronomy, o planeta pode ter se originado a partir de uma colisão rasante entre dois corpos celestes de massas semelhantes, em vez de um impacto catastrófico com um objeto muito maior — como sugerem teorias anteriores.

O estudo, liderado pelo astrônomo Patrick Franco, utilizou simulações numéricas baseadas em hidrodinâmica de partículas suavizadas (SPH), técnica que permite modelar o comportamento de materiais em colisões e grandes deformações. Os resultados indicam que esse tipo de impacto pode explicar a estrutura incomum de Mercúrio, que possui um núcleo metálico muito grande e uma camada rochosa superficial bastante fina.

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A colisão teria ocorrido em uma fase avançada da formação do Sistema Solar, quando protoplanetas disputavam espaço nas regiões internas. O impacto teria removido até 60% do manto original de Mercúrio, resultando em sua alta metalicidade. Diferente de modelos anteriores, o novo cenário permite que parte do material ejetado não tenha retornado ao planeta, o que preservaria a desproporção entre núcleo e manto.

Os pesquisadores sugerem que o material perdido pode ter sido incorporado por outro planeta em formação, como Vênus. Essa hipótese ainda será investigada em etapas futuras da pesquisa, que também incluirão comparações com dados geoquímicos de meteoritos e amostras de missões espaciais, como a BepiColombo, da ESA e JAXA.

O modelo proposto pode ser aplicado à análise da formação de outros planetas rochosos e ajudar a compreender os processos de diferenciação e perda de massa nos primórdios do Sistema Solar. Os autores destacam que Mercúrio continua sendo um dos planetas menos explorados, mas novas missões e estudos devem ampliar o conhecimento sobre sua origem e evolução.

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