O novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, se reúne nesta sexta-feira (2 de maio) com um grupo de trabalho da Advocacia-Geral da União (AGU) para discutir um plano de ressarcimento destinado a aposentados e pensionistas que foram vítimas da fraude de descontos indevidos. O advogado-geral da União, ministro Jorge Messias, também participará da reunião.
O governo tem pressa em anunciar medidas de reparação para os beneficiários afetados, mas enfrenta dificuldades para determinar o valor exato que foi desviado. Segundo as investigações, a fraude pode ter retirado ilegalmente até R$ 6,3 bilhões dos pagamentos de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. No entanto, parte desse montante pode incluir descontos autorizados por beneficiários que realmente se associaram a entidades, o que torna a apuração mais complexa.
Em seu pronunciamento pelo Dia do Trabalhador, exibido na última quarta-feira (30 de abril), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abordou pela primeira vez o escândalo da fraude no INSS. Lula afirmou que determinou à AGU que processe as associações responsáveis pelos descontos ilegais e que elas sejam obrigadas a ressarcir os aposentados e pensionistas lesados.
“Na última semana, o nosso governo, por meio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF), desmontou um esquema criminoso de cobrança indevida contra aposentados e pensionistas, que vinha operando desde 2019. Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”, declarou Lula.
Horas antes do pronunciamento do presidente, Lula determinou a nomeação de Gilberto Waller Júnior, procurador federal da AGU, como novo presidente do INSS. A escolha foi avalizada pelos ministros Jorge Messias (AGU) e Vinícius Marques de Carvalho (CGU).
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, não participou da decisão, o que gerou especulações sobre seu futuro no governo. Lula buscava um nome que demonstrasse que a investigação da fraude no INSS é uma prioridade para o governo.
O Palácio do Planalto traçou uma estratégia para reforçar a imagem de que o governo é implacável no combate à corrupção. A orientação é destacar que o escândalo foi revelado por meio do trabalho da CGU e da Polícia Federal, órgãos do próprio governo.
Fonte: Redação