O carbono dos nossos corpos foi trazido dos confins da galáxia, diz estudo

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Imagem: Getty Images

A expressão “somos feitos de pó de estrelas” pode não ser apenas poética, mas bem mais cientificamente correta do que imaginamos. Afinal, os elementos químicos mais pesados que o hidrogênio e o hélio existentes em nossos corpos foram criados dentro de estrelas, por meio de um processo conhecido como nucleossíntese estelar.

Esses elementos se encontram espalhados pelo espaço e são remanescentes da morte explosiva de estrelas, principalmente supernovas. Só que o carbono e outros átomos gerados por estrela não ficam à deriva no espaço. Segundo uma equipe de cientistas dos EUA e do Canadá, eles são “convocados para novos usos”, afirmam em um comunicado de imprensa.

Em seu estudo, publicado recentemente na The Astrophysical Journal Letters, a equipe afirma que elementos como carbono, oxigênio e ferro, forjados inicialmente em “fornalhas estelares”, circulam suas galáxias de origem em gigantescas correntes conhecidas como meio circungaláctico (CGM em inglês), espécie de correias transportadoras, que empurram o material para fora da galáxia e o trazem de volta para o interior.

O meio circungaláctico e o transporte de carbono

Os primeiros indícios da existência de um meio circungaláctico surgiram na década de 1950, quando cientistas perceberam uma grande nuvem de gás em torno de uma galáxia, que se estendia muito além de suas próprias estrelas e planetas. Eles a perceberam como um grande halo invisível se estendendo por centenas de milhares de anos-luz.

Muitos anos depois, em 2011, o telescópio Hubble demonstrou claramente a existência desse “halo” de gás em torno das galáxias, e sugeriu o papel do CGM na formação estelar, funcionando como uma correia transportadora, da qual a galáxia absorveria materiais para formar suas estrelas e planetas.

No novo estudo, a primeira autora Samantha Garza, doutoranda da Universidade de Washington, nos EUA, traz uma nova abordagem. “Agora podemos confirmar que o meio circungaláctico age como um reservatório gigante de carbono e oxigênio. E, pelo menos em galáxias formadoras de estrelas, sugerimos que esse material caia de volta na galáxia para continuar o processo de reciclagem”, afirma ela em um release.

 

Fonte: Tecmundo

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