Ondas de calor têm atingido níveis inéditos em diversas regiões do planeta, especialmente durante o verão no Hemisfério Norte. Nos Estados Unidos, temperaturas superiores a 40 °C foram registradas em junho, enquanto a Europa enfrentou uma onda de calor considerada excepcional já no início de julho. Segundo especialistas, as mudanças climáticas são o principal fator por trás desses eventos extremos.
A liberação contínua de gases de efeito estufa, provenientes da queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás, está elevando as temperaturas globais. Cerca de 90% do excesso de calor gerado por essas emissões foi absorvido pelos oceanos, mas cientistas alertam que a capacidade de absorção dos mares pode estar se esgotando. As temperaturas da superfície oceânica já atingiram os maiores níveis registrados.
O calor extremo representa riscos diretos à saúde humana. Em locais úmidos, a combinação de calor e umidade pode gerar temperaturas de “bulbo úmido” superiores a 35 °C, limite em que o corpo humano perde a capacidade de se resfriar adequadamente. Entre junho e julho, cerca de 2.300 mortes relacionadas ao calor foram registradas em 12 cidades europeias. Em 2022, estima-se que até 61.000 pessoas tenham morrido em decorrência de ondas de calor na Europa.
Pesquisadores sugerem medidas como nomear ondas de calor à semelhança dos furacões para aumentar a conscientização sobre os riscos. Também recomendam mudanças nos horários de trabalho e estudo, ampliação do acesso a sistemas de resfriamento e adoção de soluções de baixo carbono, como energia solar e eólica. Estratégias simples, como pintar telhados de branco, podem ajudar a reduzir a temperatura em ambientes internos.