ONU alerta para colapso humanitário em Gaza e intensifica apelo por cessar-fogo imediato

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Foto: Hatem Khaled / Reuters
Foto: Hatem Khaled / Reuters

A crise humanitária na Faixa de Gaza atingiu níveis catastróficos, segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, que alertou nesta segunda-feira (22) para um “colapso acelerado” das últimas linhas de sobrevivência da população. Em apenas 24 horas, 130 palestinos foram mortos e 1.155 ficaram feridos em operações militares israelenses, segundo o Ministério da Saúde local.

Fome como arma e ataques em postos de ajuda

  • Quase 1 em cada 3 pessoas não come há dias, e 93% das famílias não têm acesso à água potável
  • Mais de 87% do território está sob ordens de evacuação ou zonas militarizadas, deixando 2,1 milhões de civis confinados em áreas sem assistência médica ou infraestrutura básica
  • A ONU confirmou que mais de 1.000 palestinos foram mortos enquanto tentavam acessar ajuda humanitária, incluindo 766 em áreas controladas pela Fundação Humanitária de Gaza (FGH), apoiada por EUA e Israel

Denúncias de violações e uso da fome como tática militar

  • Postos de distribuição de alimentos se tornaram “armadilhas mortais”, com relatos de tiroteios contra civis antes mesmo de receberem mantimentos
  • A FGH foi acusada de operar de forma opaca e permitir o uso de munição real e granadas de efeito moral contra civis
  • O primeiro-ministro palestino, Mohammed Mustafa, confirmou que 995 pessoas foram mortas ao buscar ajuda em áreas controladas por Israel

Pressão internacional e apelo por ação concreta

  • Países como Reino Unido, França, Japão, Canadá e Austrália emitiram uma declaração conjunta exigindo o fim imediato da guerra e o levantamento das restrições à ajuda humanitária
  • A China condenou os ataques a civis e pediu respeito ao direito internacional
  • Líderes latino-americanos também apelaram por multilateralismo e defesa dos sistemas democráticos, reforçando o consenso global sobre a urgência de um cessar-fogo

Raízes do conflito e negociações em curso

  • A crise está ligada à não implementação da solução de dois Estados, perpetuando o ciclo de violência e instabilidade regional
  • Uma nova rodada de negociações ocorre em Doha, Catar, mas ainda sem garantias de acordo duradouro
  • A ONU alerta que cada minuto de espera aprofunda a tragédia, e que restaurar a intenção original da ajuda humanitária deve ser prioridade absoluta
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