Em reunião do Conselho de Segurança realizada nesta terça-feira (5), a Organização das Nações Unidas classificou como “profundamente alarmantes” os relatos de que o governo de Israel pode ampliar sua ofensiva militar para toda a Faixa de Gaza. A declaração foi feita após a imprensa israelense divulgar que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estaria considerando ordenar a ocupação completa do enclave palestino.
Durante o encontro, o secretário-geral adjunto da ONU para Assuntos Políticos, Miroslav Jenca, advertiu que tal medida representaria uma escalada com “consequências catastróficas” para a já crítica situação humanitária em Gaza. “Essa decisão poderia colocar ainda mais em risco as vidas dos reféns que permanecem no território”, afirmou.
Jenca também reiterou que, segundo o direito internacional, Gaza deve ser parte integrante de um futuro Estado palestino, reafirmando o compromisso da ONU com a solução de dois Estados.
Pressão internacional e risco de isolamento
A possível ofensiva israelense tem gerado forte reação internacional. O vice-embaixador da China na ONU, Geng Shuang, pediu que Israel interrompa imediatamente “ações perigosas” e defendeu um cessar-fogo urgente. Representantes da União Europeia também classificaram os planos como uma “provocação inaceitável”.
A ampliação da guerra tende a aprofundar o isolamento diplomático de Tel Aviv, que já enfrenta acusações de genocídio na Corte Internacional de Justiça e investigações por crimes de guerra no Tribunal Penal Internacional.
Crise humanitária se agrava
Organizações humanitárias alertam para o iminente colapso dos serviços básicos em Gaza. Segundo o Ministério da Saúde local, mais de 61 mil palestinos já morreram desde o início do conflito, e a fome ameaça milhões de civis. Apenas 1,5% das terras agrícolas da região permanecem acessíveis e não danificadas.
Nos últimos dias, dezenas de palestinos foram mortos enquanto tentavam acessar ajuda humanitária. Testemunhas relatam que tropas israelenses abriram fogo contra multidões famintas próximas a pontos de distribuição de alimentos.
Decisão pendente no gabinete israelense
Netanyahu convocou seu gabinete de segurança para discutir a nova fase da guerra. Embora ainda não haja confirmação oficial, fontes indicam que o plano inclui ofensivas terrestres em áreas sensíveis, como campos de refugiados, onde há suspeita de presença de reféns.
Enquanto isso, o Exército israelense continua suas operações, alegando combater infraestrutura do Hamas. A comunidade internacional, por sua vez, acompanha com preocupação os desdobramentos, diante do risco de uma escalada ainda mais devastadora.