ONU aprova resolução histórica por solução de dois Estados entre Israel e Palestina

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(Foto: REUTERS/Mike Segar)
(Foto: REUTERS/Mike Segar)

A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta sexta-feira (12) a “Declaração de Nova York”, uma resolução que reafirma o compromisso internacional com a criação de dois Estados — Israel e Palestina — como solução para o conflito no Oriente Médio. A proposta, patrocinada por França e Arábia Saudita, recebeu apoio massivo: 142 votos favoráveis, 10 contrários e 12 abstenções.

O documento estabelece um roteiro para a formação de um Estado palestino viável e soberano, prevê a normalização das relações entre Israel e países árabes, e propõe mecanismos coletivos de segurança. Também exige um cessar-fogo imediato em Gaza, a libertação de prisioneiros e o desarmamento do Hamas, excluindo o grupo do futuro governo da Faixa de Gaza.

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 Apoio internacional e próximos passos

O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, celebrou o resultado e convocou a comunidade internacional a se unir pela paz: “Pedimos que todos os interessados em acabar com a tragédia no Oriente Médio e salvar a vida de crianças se juntem a nós!”, declarou.

O Ministério das Relações Exteriores da Palestina também destacou os esforços diplomáticos de França e Arábia Saudita e cobrou ações concretas para pressionar Israel a encerrar sua ofensiva, liberar reféns e pôr fim ao deslocamento forçado de civis.

Uma cúpula internacional está marcada para 22 de setembro, em Nova York, com copresidência de França e Arábia Saudita. Países como Noruega, Espanha e França devem formalizar o reconhecimento do Estado palestino, que já conta com o apoio de 146 membros da ONU.

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 Reações e obstáculos

Israel rejeitou a resolução, alegando que ela favorece o Hamas. O embaixador israelense classificou a votação como “teatro”, enquanto o porta-voz da diplomacia, Oren Marmorstein, criticou a ausência de uma designação formal do grupo como organização terrorista.

Entre os países que votaram contra estão os Estados Unidos e a Argentina, que argumentaram que a medida poderia prolongar o conflito em Gaza.

A votação ocorreu em meio a uma nova escalada de violência: ataques israelenses à Cidade de Gaza deixaram 59 mortos apenas nesta sexta-feira. Paralelamente, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu assinou um plano para expandir assentamentos na Cisjordânia ocupada — movimento que especialistas apontam como um obstáculo à definição territorial de um futuro Estado palestino.

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Apesar de não ser vinculativa, a resolução representa um marco diplomático e reacende as esperanças de uma solução negociada para um dos conflitos mais duradouros do mundo.

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