O Conselho de Segurança da ONU convocou uma sessão de emergência nesta quarta-feira (10) para discutir os recentes ataques de Israel a um complexo residencial em Doha, capital do Catar. A reunião foi solicitada por Argélia e Paquistão e ocorre em meio à crescente indignação internacional diante da escalada militar israelense.
O ataque, que teria como alvo uma delegação do Hamas reunida para negociações de cessar-fogo, foi duramente condenado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que classificou a ação como uma “flagrante violação da soberania e da integridade territorial do Catar”.
Reações globais: condenações e rupturas diplomáticas
Diversos países do Oriente Médio se manifestaram contra o ataque. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que a ofensiva compromete a segurança regional e representa uma violação do direito internacional. A Tunísia classificou o ato como “hediondo”, enquanto a Jordânia alertou para o risco de precedentes perigosos e exigiu uma resposta firme da comunidade internacional.
O Catar, que abriga uma base militar dos EUA e tem atuado como mediador nas negociações entre Israel e Hamas, denunciou o ataque como “covarde” e suspendeu temporariamente seu papel nas tratativas de paz. O Ministério das Relações Exteriores do país afirmou que não tolerará ações que comprometam sua segurança e estabilidade.
Repercussão nos EUA e Europa
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o ataque, dizendo que bombardear unilateralmente um aliado soberano como o Catar “não contribui para os objetivos de paz” e revelou que o enviado especial Steve Witkoff tentou alertar o governo catariano antes da ofensiva.
Na Europa, Alemanha e França também condenaram a ação. O chanceler alemão Friedrich Merz expressou preocupação com o impacto sobre os esforços de libertação de reféns, enquanto o governo francês alertou para o risco de expansão do conflito para toda a região.
Paz em risco
O ataque em Doha representa um ponto de inflexão nas negociações de cessar-fogo. Embora Israel afirme que a ação visava desestabilizar a liderança externa do Hamas, analistas alertam que o efeito pode ser o oposto: fortalecer a coesão do grupo e dificultar os esforços diplomáticos.
A escalada militar e o aumento da violência têm levantado sérias preocupações sobre a estabilidade no Oriente Médio e o impacto sobre civis. A reunião de emergência da ONU reflete a urgência em conter o avanço do conflito e buscar soluções sustentáveis para a paz.