O contrato mais líquido do ouro encerrou a sessão desta segunda-feira (7) praticamente estável, cotado a US$ 3.342,80 por onça-troy na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex). O metal precioso ficou preso em um “cabo de guerra” entre o fortalecimento do dólar e a busca por ativos seguros diante da crescente incerteza geopolítica.
Forças opostas: dólar forte vs. demanda por segurança
Segundo Aaron Hill, analista da FP Markets, o ouro está sendo pressionado por dois vetores:
- Alta do dólar americano, que reduz o apelo do ouro para investidores internacionais
- Aversão ao risco, impulsionada pela agenda tarifária do presidente Donald Trump, que fortalece o ouro como ativo de proteção
Trump impõe tarifas e ameaça o BRICS
Na tarde desta segunda-feira, Trump anunciou tarifas de 25% sobre todos os produtos importados do Japão e da Coreia do Sul, com vigência a partir de 1º de agosto. Ele também sinalizou uma tarifa adicional de 10% contra países alinhados ao BRICS, caso adotem medidas consideradas “antiamericanas”.
Essas medidas impulsionaram o dólar e limitaram a valorização do ouro, que chegou a operar em queda antes de se recuperar no fim do pregão.
Bancos centrais seguem comprando ouro
O Conselho Mundial do Ouro (WGC) informou que os bancos centrais compraram 20 toneladas líquidas de ouro em maio de 2025, ligeiramente abaixo da média mensal de 24 toneladas no ano. Segundo o Bank of America:
“Os bancos centrais estão diversificando suas reservas, reduzindo a dependência do dólar e se protegendo contra a inflação e a incerteza econômica.”
Perspectiva
Apesar da estabilidade no curto prazo, o ouro segue sustentado por fundamentos sólidos, como:
- Crescente desdolarização das reservas globais
- Incertezas comerciais e geopolíticas
- Demanda institucional persistente
Com o prazo tarifário de Trump se aproximando e o dólar em alta, o ouro deve continuar oscilando entre pressões de curto prazo e fundamentos de longo prazo.