Um homem destruiu parte da recepção do Hospital Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife, na noite de quarta-feira (2), após a morte de sua filha recém-nascida. Ele usou um martelo para quebrar computadores e vidros da unidade. O episódio foi registrado por testemunhas e compartilhado nas redes sociais. Após o ataque, o homem fugiu antes da chegada da Polícia Militar.
O pai, identificado como Victor Petrick, relatou que a ação foi resultado de um surto emocional motivado pela dor da perda e pela percepção de falhas durante o atendimento médico. “Trabalhei nove meses esperando minha filha. Quando voltei e vi o quarto dela, meu psicológico quebrou. Voltei ao hospital e quebrei tudo”, declarou em vídeo.
Segundo relatos de Isabelle Silva Araújo, mãe da criança e esposa de Victor, ela procurou atendimento no hospital no dia 29 de junho, aos nove meses e uma semana de gestação, sem apresentar sinais claros de início do parto. Isabelle informou que não sentia contrações, não estava com dilatação e a bolsa não havia rompido. Ainda assim, foi medicada para indução ao parto.
A jovem afirma que sentiu fortes dores após a medicação e solicitou uma cesárea, mas foi informada por profissionais do hospital que deveria suportar o processo normal. A família chegou à unidade às 19h45, e por volta das 23h30 foi comunicada de que os batimentos cardíacos do bebê não estavam sendo detectados, embora o óbito não tenha sido confirmado naquele momento.
Isabelle foi então transferida para outra maternidade, onde deu à luz a bebê Lara já sem vida, nas primeiras horas da segunda-feira (30). O corpo foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) e posteriormente ao Instituto de Medicina Legal (IML), para exames complementares.
Em nota oficial, o Hospital Guararapes informou estar consternado com o ocorrido e declarou que o caso será tratado com seriedade, tanto no aspecto médico quanto no que se refere aos atos de violência. A instituição disse que não compactua com agressões físicas e prestará apoio às investigações.
A Polícia Civil de Pernambuco instaurou inquérito para apurar duas frentes: a conduta dos profissionais de saúde e a ação do pai dentro da unidade. Até o momento, não há detalhes sobre o conteúdo do prontuário médico nem sobre eventual responsabilização penal.