Papagaio-chauá é reintroduzido em Alagoas após décadas de extinção local

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Papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) - fluffandshutter/GettyImages

Vinte papagaios-chauá (Amazona rhodocorytha) voltaram a sobrevoar a Mata Atlântica alagoana após décadas de ausência. A reintrodução da espécie, extinta localmente, ocorreu em uma reserva florestal de mil hectares no município de Coruripe, a 86 quilômetros de Maceió. A ação integra o projeto ARCA, voltado à restauração ecológica de áreas críticas do bioma.

As aves passaram por um processo de aclimatação em viveiros instalados no meio da floresta, onde foram submetidas a testes físicos e comportamentais. Apenas os indivíduos com capacidade comprovada de sobrevivência em ambiente natural foram liberados. A soltura marca o início de uma nova fase de recomposição da fauna nativa, que também prevê o retorno de espécies como o jabuti, o macuco e o mutum-de-alagoas — este último reintroduzido em 2019, após quatro décadas de extinção na natureza.

A área escolhida abriga uma das maiores concentrações de pau-brasil (Paubrasilia echinata) fora do sul da Bahia, mas vinha sofrendo colapso ecológico por falta de animais dispersores de sementes. A ausência desses agentes compromete a regeneração natural da floresta, mesmo em trechos ainda preservados. A reintrodução de espécies-chave busca restaurar a funcionalidade ecológica do ecossistema.

A reserva foi criada por meio de um acordo entre pesquisadores, Ministério Público, ONGs e os proprietários da usina local. Como a maioria dos fragmentos florestais em Alagoas está em terras privadas e não atende aos critérios para virar parque nacional, a solução foi transformá-los em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Com apoio institucional, inclusive isenção de taxas cartoriais, já foram protegidos mais de 5 mil hectares no estado.

Fonte: Redação

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