Parlamento francês destitui François Bayrou e agrava crise política no governo Macron

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Foto: Abdul Saboor
Foto: Abdul Saboor

O Parlamento da França votou nesta segunda-feira (8) pela destituição do governo do primeiro-ministro François Bayrou, após rejeitar um voto de confiança solicitado pelo próprio premiê. A derrota foi considerada histórica: 364 parlamentares votaram contra Bayrou, enquanto apenas 194 se posicionaram a favor.

No cargo desde dezembro de 2024, Bayrou é o segundo chefe de governo francês a ser derrubado pelo Parlamento em menos de um ano, aprofundando a instabilidade política e aumentando a pressão sobre o presidente Emmanuel Macron, que agora terá de indicar um novo primeiro-ministro em meio a uma crise institucional e econômica.

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 Austeridade rejeitada

O voto de confiança foi convocado por Bayrou como tentativa de aprovar um plano de cortes orçamentários de €44 bilhões, que incluía até a eliminação de dois feriados nacionais. Em seu discurso, o premiê defendeu a medida como um gesto de transparência e alertou para o peso da dívida pública, que já alcança 114% do PIB francês.

Apesar do apelo, a maioria dos deputados rejeitou as medidas de austeridade. Bayrou se tornou o primeiro premiê da França moderna a ser destituído por um voto de confiança, e não por uma moção de censura.

 Reações e próximos passos

A oposição celebrou a queda do governo. Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa, declarou: “Bayrou caiu. Vitória e alívio popular. Macron está agora na linha de frente, enfrentando o povo. Ele também deve sair”.

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Sindicatos e movimentos sociais convocaram protestos para quarta-feira com o lema “Vamos bloquear tudo”, sinalizando forte resistência popular às políticas de austeridade.

Com a renúncia de Bayrou prevista para esta terça-feira, Macron enfrenta um dilema: nomear um novo primeiro-ministro — o terceiro em menos de um ano — ou convocar eleições legislativas antecipadas. Nenhuma das opções promete estabilidade imediata para um Parlamento profundamente dividido.

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