Durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes bilionárias no INSS, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) acusou o senador Rogério Marinho (PL-RN) de estar em “claro conflito de interesse” e defendeu seu afastamento da comissão. A declaração foi feita nesta segunda-feira (8), durante a oitiva do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi.
Segundo Pimenta, Marinho não deveria participar das investigações por ter ocupado cargos diretamente ligados ao tema em apuração. O senador foi secretário especial de Previdência e Trabalho entre 2019 e 2020 e, posteriormente, ministro do Desenvolvimento Regional no governo Jair Bolsonaro até 2022.
“O senador tem acesso a documentos sigilosos que investigam possíveis irregularidades ocorridas justamente no período em que ele ocupava cargos ministeriais. Isso compromete a isenção da comissão”, afirmou o deputado, pedindo ao presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que solicite à liderança partidária a substituição de Marinho.
Fraudes de R$ 6,3 bilhões sob investigação
Instalada em agosto, a CPMI apura um esquema de fraudes em descontos sobre benefícios previdenciários, estimado em R$ 6,3 bilhões pela Controladoria-Geral da União (CGU). O plano de trabalho inclui depoimentos de ex-ministros da Previdência, presidentes do INSS, dirigentes da Dataprev e representantes de entidades associativas envolvidas.
Além de Carlos Lupi, também foram convocados José Carlos Oliveira, que comandou a pasta no governo Bolsonaro, e dois investigados pela Polícia Federal: o empresário Maurício Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.