As ações da Petrobras registraram forte queda nesta sexta-feira (8) após a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre de 2025. A reação do mercado foi marcada por preocupações com o aumento dos investimentos (Capex), queda na geração de caixa livre e dividendos abaixo das expectativas. Na B3, os papéis PETR4 e PETR3 chegaram a cair 4,86% e 7,41%, respectivamente. Na bolsa de Nova York, os ADRs recuaram 7,01%.
Durante a apresentação dos resultados, a Petrobras confirmou planos de atuação no mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP) e expansão para etanol, o que ampliaria sua presença no setor de distribuição. Analistas apontaram que essas iniciativas podem pressionar ainda mais o Capex, que permanece com guidance de US$ 18,5 bilhões para o ano. A maior parte desse valor já está contratada, segundo a própria companhia.
O lucro líquido trimestral foi de R$ 25 bilhões, com Ebitda ajustado de US$ 10,2 bilhões, ambos em linha com o consenso de mercado. No entanto, a geração de caixa livre e os dividendos ficaram aquém das projeções. A Petrobras anunciou distribuição de R$ 8,7 bilhões em dividendos, valor considerado modesto por analistas como os da Ativa Research, que classificaram o resultado como neutro, mas alertaram para o impacto negativo do retorno ao GLP na alocação de capital.
Diversas instituições financeiras mantiveram postura cautelosa diante dos números. O Citi apontou aumento da dívida para US$ 68 bilhões e recomendou posição neutra. O UBS BB destacou fragilidade no fluxo de caixa livre e alertou para limitações futuras na política de dividendos. Já o BTG Pactual e a XP mantiveram recomendação de compra, destacando fundamentos operacionais positivos, como redução de custos de extração e aumento na produção.
Apesar da expectativa de maior produção, analistas indicam que o novo patamar de investimentos pode continuar pesando sobre o valuation da estatal. A previsibilidade dos dividendos, considerada um dos pilares da tese de investimento, também foi colocada em xeque. A Petrobras afirmou que continuará avaliando leilões de pré-sal e que o Capex projetado deve se manter elevado, especialmente com a transição de plataformas arrendadas para próprias.
