Os preços do petróleo registraram queda nesta sexta-feira (2 de maio de 2025), refletindo preocupações do mercado com um possível aumento da produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). A expectativa de que o cartel possa ampliar a oferta da commodity em junho pressionou os contratos futuros, que já vinham sendo impactados pelo avanço da produção nos Estados Unidos e pela demanda mais fraca na China.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para junho recuou 1,60% (US$ 0,95), fechando a US$ 58,29 o barril. Já o Brent, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 1,35% (US$ 0,84), encerrando o dia a US$ 61,29 o barril.
Na semana, o WTI e o Brent acumularam perdas de 8% e 7%, respectivamente, refletindo a volatilidade do mercado e as incertezas sobre a política de produção da Opep+.
A antecipação da reunião da Opep+, prevista para junho, indica que há uma crescente pressão entre os membros do grupo para reagir à queda dos preços e ao excesso de oferta. Segundo informações da Bloomberg, os principais países do cartel estão discutindo um novo aumento de produção de aproximadamente 400 mil barris por dia.
A expectativa é que a Arábia Saudita defenda essa ampliação da oferta, buscando equilibrar o mercado diante da queda dos preços. No entanto, analistas do Citigroup alertam que pode haver resistência por parte de alguns países membros, o que mantém os preços do petróleo em um cenário de incerteza.
Outro fator que influencia o mercado é a postura do governo dos Estados Unidos em relação ao Irã. Na quinta-feira (1 de maio), o presidente Donald Trump ameaçou cortar o acesso ao mercado americano para compradores de petróleo iraniano, uma medida que mira diretamente Pequim e o programa nuclear de Teerã.
A China, maior compradora remanescente de petróleo iraniano, pode ser afetada por essa decisão, o que adiciona mais um elemento de volatilidade ao mercado global de energia.
De acordo com o Citigroup, o preço do Brent pode se manter próximo dos US$ 60 caso haja um aumento moderado na produção, de até 500 mil barris por dia. No entanto, se a oferta crescer de forma mais agressiva ou se as sanções ao Irã forem suspensas, o preço pode cair para cerca de US$ 50.
O cenário mais otimista para o petróleo envolve a ausência de novos aumentos de produção e uma aplicação mais rigorosa das sanções ao Irã, o que poderia sustentar os preços em patamares mais elevados.
Apesar da possibilidade de retomada das negociações comerciais entre China e Estados Unidos, o otimismo gerado por essa notícia não foi suficiente para neutralizar o sentimento negativo no mercado de petróleo. A combinação de excesso de oferta, demanda fraca e incertezas geopolíticas continua pressionando os preços da commodity.
A reunião da Opep+ em junho será um momento crucial para definir os rumos do mercado, e investidores seguem atentos às movimentações dos principais produtores globais.