PGR aponta Bolsonaro como líder de tentativa de golpe

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Jair Bolsonaro (Foto: Lúcio Távora/Ag. Xinhua)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta segunda-feira (14) as alegações finais no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022, classificando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como o líder de uma organização criminosa com atuação voltada à subversão da ordem democrática.

Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, Bolsonaro teria coordenado ações com militares, membros do alto escalão do governo e agentes da inteligência estatal para manter-se no poder, mesmo após ser derrotado nas eleições.

A PGR aponta que Bolsonaro participou da elaboração de uma minuta golpista, pressionou comandantes das Forças Armadas, incentivou a mobilização de apoiadores e utilizou a estrutura pública para espalhar desinformação sobre o sistema eleitoral.

Além disso, o ex-presidente teria contribuído para a logística dos acampamentos golpistas e oferecido apoio moral à insurreição, não agindo para conter os ataques ocorridos em 8 de janeiro.

Crimes imputados

A lista de crimes atribuídos ao ex-presidente inclui:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Tentativa de golpe de Estado
  • Dano qualificado ao patrimônio público
  • Deterioração de patrimônio tombado

Caso seja condenado, Bolsonaro poderá cumprir penas que somam mais de 40 anos de prisão, além de ficar inelegível por prazo indeterminado.

Com a entrega do documento, o relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes, deverá convocar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator, para apresentar seu memorial no prazo de 15 dias. As defesas dos demais réus também terão período equivalente para enviar suas manifestações.

Após a análise, Moraes poderá elaborar seu voto e liberar o processo para julgamento no STF nos próximos meses.

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