O sistema de pagamentos instantâneos da Índia, conhecido como Unified Payments Interface (UPI), foi lançado em 2016 e hoje responde por 83% das transações digitais no país. Desenvolvido por um consórcio de entidades financeiras sob coordenação do Banco Central indiano, o UPI é utilizado por cerca de 500 milhões de pessoas e processa mais de 18 bilhões de transações mensais.
O UPI já está presente em países como Butão, Nepal, Cingapura, Emirados Árabes Unidos, Sri Lanka e França. Entre suas funcionalidades estão pagamentos offline, comandos por voz e transferências recorrentes automáticas, recursos que foram incorporados posteriormente ao PIX brasileiro.
Enquanto o PIX foi desenvolvido integralmente pelo Banco Central do Brasil, com adesão obrigatória de instituições financeiras com mais de 500 mil contas, o UPI seguiu um modelo de parceria público-privada, com participação voluntária. Essa diferença contribuiu para a rápida adoção do PIX, que atingiu 74% da população brasileira em três anos.
No modelo indiano, o consumidor realiza transações por meio de carteiras digitais, como Google Pay e PhonePe, que juntas representam mais de 80% das operações. Já no Brasil, o PIX é operado diretamente pelos aplicativos das instituições financeiras, o que limitou a atuação de empresas multinacionais no setor.
O governo dos Estados Unidos iniciou uma investigação comercial contra o Brasil, mencionando indiretamente o PIX como uma possível prática desleal. O sistema brasileiro, por ter sido desenvolvido pelo governo, estaria prejudicando empresas americanas do setor de pagamentos. Enquanto isso, o UPI indiano permanece fora do foco da força-tarefa americana, apesar de sua relevância global.