Documentos oficiais revelam que o sistema de pagamentos Pix é monitorado pelos Estados Unidos desde 2022, antes da atual disputa tarifária com o Brasil. O USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) já apontava preocupação com o papel do Banco Central como operador e regulador do Pix, devido ao seu impacto sobre concorrentes americanos no varejo digital.
Segundo relatórios daquele ano, o Pix representava risco à equidade de mercado por ser gratuito, público e amplamente adotado. O serviço superou alternativas pagas como cartões e o WhatsApp Pay, o que teria interferido em negócios de empresas americanas no Brasil. Especialistas indicam que o crescimento do Pix promoveu inclusão bancária, mas também gerou atrito com grandes corporações financeiras.
A atual investigação comercial aberta pelos EUA inclui o Pix entre os fatores considerados “práticas desleais”. A ofensiva tarifária anunciada por Trump pode estar ligada à queda de receitas de empresas de tecnologia vinculadas ao governo americano. O Banco Central brasileiro suspendeu o WhatsApp Pay pouco antes da estreia oficial do Pix, gerando críticas de investidores estrangeiros.
A divergência comercial agora ganha peso diplomático, com o Brasil acusando interferência em decisões soberanas e prometendo resposta proporcional. O método de pagamento segue como peça central na tensão bilateral.