Plano Safra 2025/2026: Governo amplia crédito, mas juros mais altos reduzem poder de investimento no campo

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Naseem Buras/ Unsplash
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta terça-feira (1º) o Plano Safra Empresarial 2025/2026, com recursos que somam R$ 516,2 bilhões para impulsionar o agronegócio. O valor representa um acréscimo de R$ 8 bilhões em relação ao ciclo anterior, mas, quando ajustado pela inflação, indica uma redução real no volume disponibilizado.

Divisão dos recursos

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  • Custeio: R$ 414,7 bilhões
  • Investimento: R$ 101,5 bilhões
  • Juros controlados (Pronamp): R$ 69,1 bilhões
  • Demais produtores/cooperativas: R$ 447 bilhões

Na véspera, o governo também havia lançado o Plano Safra da Agricultura Familiar, com R$ 89,2 bilhões. No total, os recursos das duas modalidades ultrapassam os R$ 605 bilhões — montante recorde, mas impactado pela alta de juros.

Selic em alta pressiona crédito

Com a taxa básica de juros a 15% ao ano, o crédito rural ficou mais caro. Na edição anterior, a Selic era de 10,5%. Isso resultou em elevação nas principais taxas de financiamento:

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Linha de Crédito 2024/2025 2025/2026
Pronamp 8% 10%
RenovAgro / PCA (acima de 6 mil t) 8,5% 10%
PCA (até 12 mil t) 7% 8,5%
Custeio Empresarial 12% 14%
Moderfrota 11,5% 13,5%
RenovAgro Ambiental / Recuperação de Pastagens 7% 8,5%
Proirriga e Investimento Empresarial 10,5% 12,5%
Prodecoop / Procap-Agro 11,5% 13,5%
Moderfrota Pronamp 10,5% 12,5%

📉 Mais recursos, menos poder de compra

Apesar do montante ampliado, analistas apontam que o encarecimento do crédito pode afetar o poder de investimento dos produtores — especialmente os médios, atendidos pelo Pronamp, que agora pagarão 10% de juros ao ano. Para muitos setores do agronegócio, o custo elevado pode comprometer parte da rentabilidade e desacelerar novas adesões às linhas de financiamento.

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