A polícia de Catmandu, capital do Nepal , abriu fogo na segunda-feira contra manifestantes que protestavam contra uma tentativa do governo de regulamentar as mídias sociais, que bloqueou algumas das maiores plataformas do mundo, incluindo Facebook, X e YouTube. Pelo menos 17 pessoas foram mortas.
Manifestações tomaram as ruas ao redor do prédio do Parlamento , cercado por dezenas de milhares de pessoas indignadas com as autoridades, que alegaram que as empresas não se registraram e não se submeteram à supervisão governamental. Pelo menos 145 pessoas ficaram feridas, segundo as autoridades.
Os manifestantes abriram caminho através do arame farpado e forçaram a polícia de choque a recuar para dentro do complexo do Parlamento.
O tiroteio ocorreu enquanto o governo busca uma tentativa mais ampla de regulamentar as mídias sociais com um projeto de lei que visa garantir que as plataformas sejam “administradas adequadamente, responsáveis e prestem contas”. A proposta tem sido amplamente criticada como uma ferramenta de censura e de punição a opositores do governo que manifestam seus protestos online.
Cerca de duas dúzias de redes sociais amplamente utilizadas no Nepal receberam repetidamente notificações para registrar suas empresas oficialmente no país himalaio, informou o governo. As que não se registraram estão bloqueadas desde a semana passada.
Nem o Google, dono do YouTube, nem a Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, responderam aos pedidos de comentários da Associated Press. A plataforma X, de Elon Musk, também não respondeu.
O aplicativo de compartilhamento de vídeos TikTok, Viber e três outras plataformas foram registrados e operaram sem interrupção.
A situação permaneceu tensa, e o governo anunciou um toque de recolher em torno do Parlamento, da secretaria do governo, da casa presidencial e de partes importantes da cidade.
Sete dos mortos e dezenas de feridos foram recebidos no Centro Nacional de Trauma, o principal hospital do país, no coração de Katmandu.
“Muitos deles estão em estado grave e parecem ter sido baleados na cabeça e no peito”, disse o Dr. Badri Risa. Famílias aguardavam ansiosamente do lado de fora por notícias de seus parentes enquanto pessoas faziam fila para doar sangue.
“Parem a proibição das redes sociais. Parem a corrupção, não as redes sociais”, gritavam as multidões em frente ao Parlamento, agitando as bandeiras nacionais vermelha e azul. O protesto de segunda-feira foi chamado de protesto da Geração Z, que geralmente se refere às pessoas nascidas entre 1995 e 2010.
