Autoridades indonésias abriram uma investigação para apurar as circunstâncias da morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, durante uma trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok. O foco principal é identificar se houve negligência por parte do guia turístico e da equipe envolvida no passeio.
Segundo o portal local Tribrata Aktual e Faktual, a polícia de Lombok Oriental colheu depoimentos do guia que acompanhava Juliana, de integrantes da agência de turismo responsável, de um carregador de bagagem e de um policial florestal. As autoridades também procuram outras testemunhas que possam esclarecer a cronologia dos fatos.
A Embaixada do Brasil na Indonésia está acompanhando de perto o caso. De acordo com um delegado local, até o momento não há suspeitos formalmente identificados. “Estamos concentrados na coleta de dados e na análise de testemunhos”, afirmou à imprensa.
Paralelamente, a Defensoria Pública da União (DPU) solicitou à Polícia Federal que investigue se houve omissão de socorro por parte das autoridades locais. Dependendo do resultado, o caso pode ser levado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), com sede em Washington.
A família de Juliana pediu a realização de uma nova autópsia no Brasil para esclarecer o horário e as causas da morte. O procedimento será realizado assim que o corpo, que chegou ao país nesta terça-feira (1º), passar pelo Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro.
O primeiro exame foi feito em Bali e indicou múltiplas fraturas e lesões internas, descartando a hipótese de hipotermia. Segundo o laudo, a vítima teria sobrevivido por até 20 minutos após o impacto. A forma como a divulgação desses dados foi conduzida gerou críticas por parte dos familiares, que disseram não ter recebido o laudo antes da coletiva de imprensa concedida por autoridades locais.
Apesar de o episódio ter ocorrido no exterior, o Código Penal brasileiro prevê a possibilidade de investigação em território nacional, com base no Artigo 7º, que trata da jurisdição extraterritorial para crimes contra brasileiros fora do país