O advogado criminalista e professor universitário Daniel Keller, de 40 anos, foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira (13 de junho) em um hotel no bairro Caminho das Árvores, em Salvador. O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que busca esclarecer as circunstâncias da morte.
De acordo com informações da Polícia Civil, o advogado estava sozinho em um quarto localizado no 3º andar, cuja reserva estava feita em nome de sua mãe. No local, os agentes recolheram uma arma de fogo, que será periciada pelo Serviço de Investigação de Local de Crime (SILC) para auxiliar nas apurações.
As autoridades também expediram guias para que o Departamento de Polícia Técnica (DPT) realize exames detalhados. Além disso, equipes da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico) já estão analisando câmeras de segurança do hotel para identificar possíveis movimentações suspeitas.
Daniel Keller possuía uma longa trajetória na advocacia e no ensino superior. Formado em Direito pela Universidade Católica do Salvador, Keller se especializou em Ciências Criminais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e obteve o título de mestre em Direito, também pela Universidade Católica.
O advogado atuou em casos de grande repercussão na Bahia, como a defesa da médica Kátia Vargas, acusada de provocar um acidente de trânsito que resultou na morte de dois irmãos em 2013.
O promotor Davi Gallo, amigo de Keller, lamentou a perda e destacou a reputação ilibada do advogado.
“Para mim, é um choque. Era muito admirado pelos alunos, um advogado extremamente inteligente, capaz e que não tinha inimigos. Ele não advogava para o crime organizado, realmente é uma grande perda.”, declarou.
Durante uma sessão realizada na manhã desta sexta-feira, o Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA) aprovou uma moção de pesar pela morte de Keller. A entidade também afirmou que acompanha o caso desde as primeiras horas do dia.
O presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas, Saulo Guimarães, foi enviado ao hotel para coletar informações. Em nota oficial, a OAB-BA ressaltou o legado profissional e humano deixado por Keller.
“Para além da sua competência institucional, Keller era um amigo. Durante sua trajetória, ele honrou a todos os advogados com sua atuação firme. Pessoa querida por todos, deixará saudades nos fóruns e nas rodas de conversa.”, afirmou a entidade.
A polícia seguirá ouvindo testemunhas e familiares nos próximos dias para aprofundar as investigações sobre o caso. Além da análise da arma apreendida, os laudos técnicos emitidos pelo DPT serão fundamentais para determinar a causa da morte do advogado.
Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento de Keller.
