A poucos dias da entrada em vigor de uma tarifa de 30% sobre as exportações sul-africanas para os Estados Unidos, o diplomata Zane Dangor afirmou que exigências americanas relacionadas às políticas internas de ação afirmativa estão dificultando um acordo comercial entre os dois países.
A África do Sul tenta há meses convencer o governo Trump a flexibilizar ou isentar setores estratégicos da tarifa, que pode afetar até 100 mil empregos, especialmente nos setores agrícola e automotivo. No entanto, as negociações esbarram em divergências sobre o programa de Empoderamento Econômico dos Negros (BEE), que promove inclusão racial no mercado corporativo sul-africano e é criticado por Washington.
Dangor revelou que a BEE tem sido um dos principais pontos de pressão nas reuniões com representantes americanos, levantando preocupações sobre a soberania nacional. O diplomata evitou detalhar as exigências por conta de cláusulas de confidencialidade.
Apesar do impasse, o Ministério do Comércio sul-africano ainda espera avançar nas tratativas. O país propôs importar gás natural liquefeito dos EUA, facilitar a entrada de aves americanas e investir US$3,3 bilhões em setores como mineração nos Estados Unidos. Também busca isenções tarifárias para áreas como construção naval e agricultura fora de temporada.