Na madrugada desta quarta-feira (10), a Polônia enfrentou uma grave violação de seu espaço aéreo com a incursão de pelo menos 19 drones russos durante um ataque em larga escala à Ucrânia. O episódio levou o governo polonês a convocar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para consultas emergenciais, acionando o Artigo 4 da aliança, que prevê diálogo entre os países membros em caso de ameaça à integridade territorial.
O primeiro-ministro Donald Tusk classificou a situação como “significativamente mais perigosa do que as anteriores” e alertou para o risco crescente de um conflito global, o mais próximo desde a Segunda Guerra Mundial. Embora não tenha caracterizado o incidente como um ato de guerra, Tusk reforçou a necessidade de uma resposta coordenada da OTAN.
Reação militar e fechamento de espaço aéreo
Em resposta à ameaça, caças F-16 poloneses e F-35 holandeses foram acionados para interceptar os drones russos, marcando uma intensificação do envolvimento direto da OTAN no conflito. Quatro aeroportos poloneses, incluindo o de Varsóvia, foram temporariamente fechados, e o tráfego aéreo foi interrompido por questões de segurança.
Fragmentos de drones e mísseis foram encontrados em diversas regiões do país, incluindo Mniszków, a cerca de 300 km da fronteira com a Ucrânia. O governo polonês alertou para o risco de escalada acidental e orientou a população a evitar contato com os destroços.
Repercussão internacional e risco de escalada
Líderes europeus condenaram a ação russa. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou o ataque como uma “violação sem precedentes”. Emmanuel Macron, da França, e até Viktor Orbán, da Hungria — tradicional aliado de Moscou — se manifestaram contra a agressão. A Casa Branca, até o momento, não emitiu posicionamento oficial.
O episódio reacende memórias de incidentes anteriores, como o míssil que caiu na Polônia em 2022, e amplia os temores de uma guerra de grandes proporções. A Polônia, que lidera os investimentos em defesa dentro da OTAN, já havia adotado medidas preventivas, como o fechamento temporário de fronteiras antes do início do exercício militar russo-bielorrusso Zapad, previsto para sexta-feira (12).
Preparação estratégica e alerta máximo
Com previsão de investir 4,12% do PIB em defesa em 2024, a Polônia reforça sua posição como um dos principais pilares da segurança europeia. A mobilização da OTAN e o acionamento do Artigo 4 refletem o nível de prontidão da aliança diante de uma escalada que ameaça ultrapassar as fronteiras da Ucrânia e envolver diretamente países membros.